quarta-feira, 11 de novembro de 2015

De vento em popa



Depois de um longo período sem posts, cerca de quatro anos, decidi voltar a dar publicidade para minhas insatisfações e também aos atos de bravura do trabalhador por meio dessa singela página. Retorno as atividades, assim como o título dessa postagem, de vento em popa e com uma análise de um movimento que traduz bem o que é ser proletário e estar insatisfeito com o atual modelo de exploração da mão de obra: as mobilizações de greve.

Diversos caminhoneiros se reuniram na manhã dessa segunda-feira, mais precisamente 09 de novembro, em uma manifestação que tomou conta de vários trechos das rodovias do país - de acordo com um site de notícias, caminhoneiros de pelo menos 14 estados se envolveram na paralisação. Manifesto que, ao meu ver, já se tornou um marco pelo número de participantes e pela notoriedade que ganhou por conta dos diversos pontos de engarrafamentos. Agora, sim, fomos notados.

Essa conversa de manifestação pacífica pode muito bem servir para alienar burgueses e cumprir a máxima "para inglês ver". No entanto, quem realmente espera mudanças, sobretudo no Brasil, precisa ir além de uma passeata ordeira e incomodar aqueles que têm o país nas mãos: os empresários.

Muita mercadoria deixou de ser entregue e vários prazos foram comprometidos com a manifestação. O receio de que uma crise maior venha pode começar a dar resultados desde já. Afinal, nada afeta mais o burguês que o próprio bolso. Dilminha deve ouvir muita coisa dos lobistas de plantão nos próximos dias e, quem sabe, se mais uma manifestação for arquitetada na próxima semana, poderemos até ver resultados práticos já nos próximos dias.

Alguém pode até se perguntar: mas que diabos de comunista é esse que é contra o vermelho? Comentário ao qual prontamente respondo: sou a favor de pessoas, não de partidos! Mais que isso, sou a favor de um modelo de governo que atenda, de fato, as necessidades dos mais pobres. Não apenas com cestas básicas, mas com tudo aquilo que foi descrito no artigo 6º de nossa Carta Magna. Direitos que hoje são apenas uma utopia.

Já estive em sedes de partidos demais - afinal, sou jornalista - para saber que os modelos de governo socialistas e comunistas são usados hoje apenas como uma marca e não como uma ideologia. Já vi comunista de Toyota Corolla, de Toyota Hilux e até de Chevrolet Camaro - isso, sem falar naqueles que se adornam com correntes e anéis de ouro.

Por isso mesmo, sei que só se é comunista quando se está por baixo. Aqueles que ascendem, ainda que como representantes dos ideais vermelhos, logo se vendem e passam a ser apenas mais uma ferramenta da corrupção que assola o país. Modelo de governo que não é culpa apenas do PT, ou do PSDB e nem de qualquer outro P, mas dos brasileiros. 

O homem cordial busca sempre vantagem e seus representantes não seriam diferentes. O governo de agora, ao contrário do que muitos inocentes pensam, está muito mais fortalecido e, por isso, longe de ser destituído. Afinal, já dizia Bezerra, se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão.

Como tudo mundo está ganhando, ninguém quer deixar de lado o "pé de meia" e ainda correr o risco de ficar na cadeia. Pois, como fez Roberto Jefferson, pode ser que alguém resolva se valer da frase "eu vou, mas levo todo mundo comigo".

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